domingo, março 09, 2014

"QUANDO O TESTEMUNHO DA MULHER CORROBORA SUA CHAMADA..


“TODA mulher sábia edifica a sua casa;
mas a tola a derruba com as próprias mãos” Pv 14:1.

É fato que a presença de mulheres atuando na Igreja e no Ministério da palavra tem contribuído para a expansão do Evangelho de Cristo.
Não se pode negar que Deus chama a quem Ele quer, para aquilo que Ele deseja. E, na falta de homens que disponham-se a fazer o que deveriam, a inserção de mulheres no contexto do ministério, ao meu ver, é muito mais uma ação do Espírito Santo do que uma decisão puramente humana.
Impedir, portanto, a obra promovida pelo Espírito de Deus é um erro calculado, cujos prejuízos para o Reino de Deus se verificarão com o passar dos tempos.
A preocupação quanto à posição que as mulheres venham a ocupar ou ocupam na Igreja, não se justifica quando o testemunho desta ou daquela fala mais alto que suas próprias palavras. “Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa” Rt 3:11.
O mesmo critério que se utiliza para ordenação dos homens ao ministério deve ser aplicado às mulheres, antes que exerçam qualquer atividade no Corpo de Cristo. “ESTA é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? ); Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo” 1 Tm 3:1-7. Predicados e princípios para o ministério são aqui traçados pelo apóstolo Paulo para que Deus seja glorificado e o diabo envergonhado.
Aquelas que se sentem vocacionadas, devem se submeter às orientações bíblicas, respeitando a liderança. Cada denominação tem seus princípios e valores. Conquanto que os princípios bíblicos não sejam violados ou ignorados, acredito ser de grande valia o trabalho das mulheres na Igreja. Se “ordenadas” ou não, o importante é que preencham os requisitos estabelecidos pela Palavra de Deus.
Temos um grande exemplo da filha do maior Evangelista de todos os tempos, Billy Graham, que vale citarmos.
“Não somente as denominações e igrejas locais têm levado adiante a causa de mulheres no clero, mas figuras religiosas notáveis têm feito sua parte para popularizar também esta tendência. Anne Graham Lotz, filha do evangelista Billy Graham, é agora uma das mulheres pregadoras mais populares no mundo. Lotz recentemente disse em um programa de notícias de televisão que seus pais costumavam desaprovar seu ministério até eles ouvirem a sua pregação. "Eles viram que minha casa estava limpa, meus filhos eram bem comportados, meu marido estava feliz e muito apoiador," ela disse, "E eles apenas voltaram atrás e puderam ver que Deus havia me chamado" (grifo meu).
Veja que suas palavras são reveladoras. Seus pais aquiesceram à sua chamada quando viram: “minha casa estava limpa, meus filhos eram bem comportados, meu marido estava feliz e muito apoiador”.
Consideremos esses três pontos na vida da irmã Anne Grahan Lotz.
PRIMEIRO, “minha casa estava limpa”. Sem dúvida alguma compete à mulher a administração do lar. Seja ela mesma cumprindo sua nobre missão ou supervisionado o trabalho que alguém contratado Esteja fazendo. O importante é que a casa esteja bem administrada, trazendo alegria e harmonia no lar.
Hoje em dia a maioria das mulheres trabalham fora de casa para ajudar no orçamento familiar. O que não impede as mulheres de supervisionarem o trabalho que está sendo feito por outra pessoa, tal como: a educação dos filhos, a alimentação, limpeza da casa etc. Quando o orçamento é limitado, não permitindo a contratação de uma pessoa, o casal deve se organizar para que o lar não seja afetado e venha a ruir, desabar.
O testemunho da irmã Anne Graham deve ser observado por todas as mulheres que militam na obra de Deus. Nenhuma atividade espiritual, por mais importante que seja, justifica o abandono do lar. O desleixo é injustificável para quem se diz pregadora da verdade. A mensagem precisa ser corroborada por nossas ações e caráter.
SEGUNDO, “meus filhos eram bem comportados”. Na arte de educar os filhos, o papel da mulher é fundamental, haja vista, a figura materna ser a mais solicitada desde os primeiros minutos de vida. A mãe cuidadosa saberá conduzir os filhos, com a ajuda do marido (o marido não pode se eximir de sua responsabilidade paterna), para que seus filhos sejam uma bênção no lar, na sociedade e na Igreja.
As consequências dramáticas de quem, “em nome de sua vocação”, renega suas responsabilidades familiares, têm sido vistas e notificadas em todas as partes do planeta. Filhos criados à revelia, crescem sem qualquer estrutura familiar e instrução bíblica. O resultado disso são lares arruinados, destruídos, esfacelados e escandalizados.
É triste sabermos que há mulheres atuando no ministério, cuja vida familiar é um desastre e cuja conduta é repreensível.
Mulheres que receberam “imposição de mãos”, de gente tão inconsequente e irresponsável quanto a quem isso aceita, saem fazendo um estrago por aí. Além de não se SUBMETEREM à autoridade pastoral, são arrogantes, intransigentes e problemáticas.
A filha de Billy Graham é um exemplo a ser seguido. Seus filhos têm recebido uma boa educação e influência espiritual que contribuirão para o resto de suas vidas. Um legado de amor, afeto, carinho e apreço está sendo transmitido à segunda geração. Legado este, portanto, que influenciará gerações futuras.
É bom que se destaque que “filhos comportados” não é sinônimo de “filhos santarrões”, “anjinhos”, “mentecaptos” etc. O bom comportamento tem a ver com a boa educação, sem que a personalidade de cada um seja anulada. Filhos de pastores também são SERES HUMANOS. Um falha, um erro, um tropeço ou qualquer coisa que saia do eixo, não desqualifica os pais em sua missão e nem descarta os filhos dos planos de Deus. É preciso ter sabedoria e discernimento quanto ao que ocorre em nossa trajetória na terra.
TERCEIRO, “meu marido estava feliz e muito apoiador”. A irmã Anne, dentre outras coisas, está falando de seu papel como mulher. Sua missão - suprir seu marido em todas as suas necessidades psicossocial e biológica -, não está comprometida por causa de sua chamada ou vocação.
Cuidado! Cuidado! As mulheres que militam na obra de Deus precisam entender que seu lar não pode ficar “vulnerável” aos ardis e ataques de Satanás. “A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que o envergonha é como podridão nos seus ossos” Pv 12:4.
Uma vez que a mulher satisfaz seu marido, não faltará apoio deste para que ela desempenhe suas atividades. “Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis. O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo. Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida” Pv 31:10-12.
Observe que Salomão fala do marido que respeita sua mulher com as seguintes palavras: “O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo.”
O marido cujo coração confia na esposa que tem, é recíproco e não precisa de “despojo”. Claro está que o marido lúcido não “pula o muro” para suprir o que lhe falta. Sua esposa o satisfaz plenamente.
Infelizmente, há maridos exploradores, espancadores e abusados, os quais tratam a esposa como se fosse uma cadela. Nem mesmo as cadelas merecem maus tratos. Estes devem se converter de seus maus caminhos para não acabarem na prisão. Precisam ser denunciados os que tais coisas praticam. Não tem essa de que vai causar escândalo. É melhor colocar o “animal” na prisão, do que deixá-lo solto, promovendo atrocidades.
Nenhuma mulher merece maus tratos, desrespeito e abusos de quem quer que seja. A máxima “quando um não quer, dois não brigam”, deve ser observada constantemente. O marido que ama a sua esposa e sua família, observa as seguintes palavras “Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia”. Quando o marido não sabe governar, seus filhos fazem o que bem entendem, e sua casa vira uma porta de acesso para o inferno.
Não pode haver negligência nem do homem e nem da mulher no suprimento mútuo das emoções e relacionamento sexual. “Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde.” Ct 1:15,16. O sexo é uma bênção no casamento. Uma vez que o casal – MACHO E FÊMEA - se une pelos laços do matrimônio, não pode haver desculpas esfarrapadas para que um supra as necessidades do outro.
O relacionamento sexual só deve ser interrompido quando há mútuo consentimento, para um período de jejum e oração ou em casos como: viagens, doença ou coisas semelhantes. “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência” 1 Co 7:3-5.
A irmã Anne provou para seus pais que sua vocação não comprometia sua missão como mãe, esposa e mulher. Um lar feliz depende, intrinsicamente, de uma mulher sábia. “TODA mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos” Pv 14:1. Neste texto está implícita a influência espiritual da mulher no lar.
É imperioso que a mulher busque ao Senhor, consagre sua vida, dedique parte do seu tempo para ouvir a voz de Deus. Sob a influência do Espírito Santo e da inerrante palavra de Deus, sua missão torna-se mais nobre e muito mais fácil de ser cumprida.
Um exemplo de boa influência de uma mulher sobre uma nação inteira é o que encontramos na seguinte passagem: “Ide, consultai ao Senhor por mim, e pelos que restam em Israel e em Judá, sobre as palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se derramou sobre nós; porquanto nossos pais não guardaram a palavra do Senhor, para fazerem conforme a tudo quanto está escrito neste livro. Então Hilquias, e os enviados do rei, foram ter com a profetiza Hulda, mulher de Salum, filho de Tocate, filho de Harás, guarda das vestimentas (e habitava ela em Jerusalém na segunda parte); e falaram-lhe a esse respeito. E ela lhes disse: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar, e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá. Porque me deixaram, e queimaram incenso perante outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos; portanto o meu furor se derramou sobre este lugar, e não se apagará. Porém ao rei de Judá, que vos enviou a consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor Deus de Israel, quanto às palavras que ouviste: Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas palavras contra este lugar, e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor. Eis que te reunirei a teus pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes. E tornaram com esta resposta ao rei” 2 Cr 34:21-28. (grifo meu).
Hulda, a profetiza, soube aproveitar bem a oportunidade que recebeu para influenciar sua geração. Por outro lado, o bom rei Josias sabia a quem recorrer, pois, certamente, o testemunho da profetiza Hulda corria por todos os lados. Observe que o texto ressalta de quem ela era esposa: “...foram ter com a profetiza Hulda, mulher de Salum”. Certamente que esta referência foi sine qua non, preponderante, quanto ao reconhecimento de sua vocação. Uma mulher submissa ao seu marido.
A mulher que recebe de Deus uma missão, precisa ser sóbria, madura, equilibrada e prudente para não perder o poder de sua influência espiritual e nem deixar “subir pra cabeça” os aplausos que venha receber. Somente Cristo é digno de toda glória e honra.
Que mais “Huldas” e “Annes” surjam na reta final da Igreja de Cristo na terra. Só quem ganha é a Igreja.

"O REI ESTA VOLTANDO.


“Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” 1 Rs 19:4.

Elias, o tisbita, como a Bíblia o identifica, é um personagem muito conhecido dos leitores da Bíblia. Poucos homens na Bíblia e na história de Israel experimentaram o poder e autoridade de Deus como “o profeta do fogo”. Elias era um destemido, intrépido, ousado e “abusado”. Ele não mandava recado, dizia “na lata”, na face do rei o que de Deus recebia.
Quem, hoje, não queria ser como Elias? Em um mundo de corrupção, desmandos e autoritarismo, ser um “profeta de fogo” deixaria muitos déspotas com a barba de molho.
Elias surgiu no cenário de Israel como que do nada. Assim começa sua história: “ENTÃO Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra” 1 Rs 17:1. Ele já aparece apresentando suas credenciais para Acabe, um rei casado com uma péssima rainha por nome Jezabel.
“APÓS a morte do Rei Jeroboão, cada rei que governava o reino de 10 tribos de Israel era mau. O Rei Acabe era o pior de todos. Sabe por quê? Um motivo era sua esposa, a má Rainha Jezabel.
Jezabel não era israelita. Era filha do rei de Sídon. Adorava o deus falso Baal, e conseguiu que Acabe e muitos outros israelitas também adorassem Baal. Jezabel odiava a Jeová e matou muitos profetas dele. Outros tiveram de esconder-se em cavernas, para não ser mortos. Quando Jezabel queria algo, até mesmo matava para consegui-lo.”
É neste cenário de decadência e procrastinação espirituais que Elias assume a árdua missão de banir o culto a Baal, introduzido em Israel por Jezabel.
Imagine um profeta chegando diante do rei para confrontá-lo?! Pois Elias não hesitava.
Sua missão tinha alguns aspectos dignos de observação pelos estudiosos da Bíblia. Primeiro, apontar o pecado do rei, da rainha e de toda nação; segundo, confrontá-los por toda idolatria praticada em Israel; terceiro, profetizar o sobrenatural “segundo à sua palavra”; quarto, desafiar os profetas de Baal e Azera no monte Carmelo; e, por último, banir os falsos profetas e o culto a Baal da vida de uma nação, submersa no pecado da idolatria e de tantos outros.
Logo Elias passou a ser conhecido no palácio como “o perturbador de Israel”. “Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim. Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.” 1 Rs 18:18,21.
Depois de sua árdua missão, diante de uma nação letárgica e indiferentes aos princípios estabelecidos por Deus desde Moisés, Elias “jogou a toalha”. Elias teve uma crise de fé; cansou-se de Deus e de si mesmo, a ponto de desejar a morte. “Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” 1 Rs 19:4. Elias estava esgotado espiritualmente. O confronto com as entidades malignas e seus profetas minara-lhe as forças espirituais.
Mas, como pode um “profeta de fogo” passar uma crise existencial? Desistir de Deus, de si mesmo e de todos os seus sonhos?
Infelizmente, pessoas acham que ser cristão, crente ou discípulo de Jesus as isenta das mazelas e misérias deste mundo. Quando tudo vai bem, as pessoas sentem-se entusiasmadas e dispostas a tudo; logo, porém, que surgem lutas na estrada empoeirada da vida, sem norte e sem rumo, o discípulo de Jesus perde todo aquele vigor apresentado no início de sua carreira espiritual. E por que isso acontece? Uma pane espiritual elimina sua capacidade de raciocinar e até de se lembrar das palavras de Jesus. “Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” Mt 5:45.
Ninguém passará nesta vida sem passar pela dor ou sofrimento. Uns mais, outros menos; mas todos saberão o significado de um eclipse existencial. “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” Jo 16:33.
“Quando falamos em esgotamento espiritual ou depressão espiritual, título escolhido por Martin Lloyd Jones para um de seus livros, não nos referimos simplesmente a depressão, estresse ou cansaço de um ponto de vista teológico ou com uma linguagem evangélica. Mas nos referimos a uma crise real de fé, um abalo em nossa espiritualidade, afetando nossa santidade e relacionamento com Deus.”
A situação de Elias se agravou de tal maneira que foi preciso uma intervenção Divina. O pecado de autocomiseração se apoderara do “profeta do fogo”. Era preciso fazê-lo “vomitar” tudo o que causava terrível desconforto na alma. Quanto mais ele abrigasse suas frustrações, menos fé e discernimento ele teria para seguir sua caminhada.
A experiência de Elias é uma referência para todos quantos passam por adversidades. O confronto com principados, potestades, príncipes das trevas deste séculos e hostes espirituais da maldade, na verdade, drenam a vida de quem está no fronte da batalha.
Não há nada de anormal na vida de quem milita intensamente e, de repente, sente o amargo da morte na alma. Os amigos desaparecem, Deus parece se conservar distante, assistindo, passivamente, o que está acontecendo, problemas de toda ordem surgem de todas as partes, o cansaço, o enfado, a dor, a enfermidade, a tristeza, a solidão, o desdém, o desprezo, a escassez, o estresse...eis o dilema! Está tudo acabado! Achar que um profeta do Senhor não tem lutas, não sofre altos e baixos, é faltar com a verdade e desconhecer a história daqueles que admiramos como heróis da fé. “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos” 2 Co 1:8 (grifo meu).
A maioria dos que exerceram liderança política, social e espiritual, passaram por crises existenciais. Esses são momentos muito bem descritos pelo rei Davi, no diálogo com sua própria alma. “ASSIM como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão. Fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face” Sl 42:1-5.
Como Davi, temos outros expoentes e heróis da fé que experimentaram a fraqueza, sem, contudo, fracassarem. Jacó, Moisés, Samuel, Jeremias, João Batista, Paulo...a lista é grande. Todos provaram do amargo. Mas como li recentemente, “só merece o doce quem provou o amargo”.
Ver um profeta atuando é, deveras, fascinante. Não queira, entretanto, encontrar-se com um profeta em seu momento de profunda crise e esgotamento espirituais. Nessa hora só Deus pode “descer” para dialogar e curar aqueles a quem Ele levanta para a realização de proezas e prodígios.
Geralmente nos entusiasmamos com o lado bom que nossos heróis bíblicos vivenciaram; esquecemo-nos, entretanto, de perscrutar os momentos negativos que a Bíblia faz questão de evidenciar. A imparcialidade de Deus não nos deixa dúvida: os heróis do passado eram “sujeitos às mesmas paixões que nós”. “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” Tg 5:17.
É mesmo de causar espanto lermos sobre o dia que Elias “jogou a toalha”. Desistiu de tudo, de todos, de Deus e de si mesmo! Buscou uma caverna onde pudesse sepultar sua brilhante história. O padrão aferidor de Elias era incompatível com o medidor de Deus. Suas conclusões precipitadas não conferiam com a avaliação que Deus fizera sobre sua vida e missão.
Somos pesados, diariamente, em balanças fiéis. Deus nos conhece por dentro e por fora. E o Salmista descreve isso da seguinte forma: “SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces. Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão. Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir. Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa” Sl 139:1-12. Neste Salmo, dois atributos naturais de Deus se destacam: a onisciência e a onipresença. E é dessa forma que descobrimos o quão limitados somos!
Elias “cavou” um “túmulo” e, dentro da caverna, esperava terminar sua missão.
Então, como lidar com a “síndrome de Elias”? O que fazer naqueles dias enfadonhos? Como agir diante da incerteza do futuro? Como dar a volta por cima ao enfrentar o esgotamento espiritual, a ponto de “jogarmos a toalha”?
PRIMEIRO, nunca se esqueça de quem o escolheu e chamou. “Depois veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão”1 Rs 17:2,3. (grifo meu). Elias recebeu a palavra do Senhor, chamando-o, escolhendo-o e dirigindo-o para uma missão.
Por mais estranho que pareça, o agir de Deus transcende nossa capacidade de conceber os fatos. Logo, é preciso OBEDECER suas ordens, mesmo que tudo pareça obscuro. Deus jamais nos colocará numa fria!
SEGUNDO, nunca se esqueça de quem está contigo. “E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu os lombos, e veio correndo perante Acabe, até à entrada de Jizreel” 1 Rs 18:46 (grifo meu). É significativo e enfático que “a mão do Senhor estava sobre Elias”. Elias vivia sob a PROTEÇÃO DIVINA. Era um “AGENTE FEDERAL ESPIRITUAL” na terra, para desfazer as obras do diabo e levar Israel de volta ao centro da vontade de Deus.
Sob a mão de Deus ele andava e agia; sob a mão de Deus ele profetizava e desafiava; sob a mão de Deus ele anunciava e denunciava os pecados da nação; sob a mão de Deus ele orava e obtinha resposta... E foi contando com a PROTEÇÃO divina que ele teve coragem para navegar no sobrenatural.
Não chegaremos a lugar algum sem que “a mão do Senhor” esteja sobre nossas vidas.
TERCEIRO, nunca se esqueça de quem fez contigo uma aliança. Para refrescar a memória de Elias, Deus permitiu que ele fugisse de Jezabel e passasse por Berseba, onde deixou o seu moço (Eliseu). “Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles.” 1 Rs 19:2. O nome Berseba significa poço do Juramento. Remonta aos dias de Abraão, Isaque e Jacó. Patriarcas com os quais Deus estabeleceu Sua aliança, durante o período conhecido como GOVERNO PATRIARCAL.
Quando se entende o que representa uma ALIANÇA, fica muito mais fácil superar limites e vencer borrascas. Como assim? Diferente de um CONTRATO que pode ser modificado, anulado ou rasgado, uma ALIANÇA é inquebrantável e inalienável. Quando Deus estabelece uma ALIANÇA é para toda vida. É algo permanente e eterno.
Trocando em miúdos, “um contrato se baseia no desempenho dos contratantes e pode ser dissolvido caso uma das partes não cumpra sua obrigações.
A aliança é um conceito diferente, desconhecido muitas vezes na nossa cultura ocidental.
Significa pacto, acordo. Mas se diferencia do contrato pelo fato de ser baseado na honra dos estipulantes. Não se baseia no desempenho e nem pode ser revogado.
A Bíblia é mais bem entendida se você compreende o significado de uma aliança, pois este é um conceito com o qual o povo de Deus estava familiarizado, bem como todos os povos orientais.”
Deus fizera uma aliança com Elias e não o abandonaria no momento crucial.
O REI ESTÁ ESTÁ VOLTANDO!

"O REI ESTA VOLTANDO.......


“Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” 1 Rs 19:4.

Há dias que coisas acontecem como que do nada. De repente, olho para a estante e leio o título de um livro que ganhei meses atrás, o qual chamou-me a atenção: “Só merece o doce quem provou o amargo”. Logo que iniciei a leitura, percebi que tinha tudo a ver com o assunto em apreço. Além de ser pertinente, o livro tem um excelente conteúdo. A Editora é a MK. O escrito é Alex Cardoso, pastor e presidente da Assembleia de Deus em Itaguaí, RJ.
Na página 11, do livro supramencionado, li o seguinte:
- “Um é o sofrimento do(s) outro(s); outro é o nosso.
O do(s) outro(s) pode gerar em nós indiferença, interesse ou envolvimento. Por mais que seja, se não nos envolvemos, dele nos esquecemos.
(...)Quando o sofrimento é nosso, as coisas são diferentes. De Deus queremos saber por quê? Dos outros, queremos solidariedade. No entanto, nem sempre Deus responde (ou, se responde, a resposta não nos agrada) e, para doer mais, nem sempre nossa batalha encontra aliados”
E o nosso sofrimento tem várias facetas, mas a principal é que é maior do que os outros.”
Elias estava vivendo uma crise existencial. Enquanto ele lutou para libertar Israel da idolatria, nada o incomodava. Após o sucesso, “a ficha caiu” e a crise se mostrou maior que os adversários por ele derrotados.
Ao saber que a rainha Jezabel queria “sua cabeça num prato”, tratou de fugir. E em sua fuga, escondeu-se numa caverna e desejou a morte.
De volta ao livro já citado, na página 13, lemos:
- “O sofrimento é um fato da vida ao qual não podemos escapar – todos precisamos aprender como caminhar através da dor. Nas palavras de J. Wallace Hamilton: “A vida de cada um de nós é um diário, no qual pretendemos escrever uma história, mas somos forçados a escrever outra”.
Quiséramos, todos, que nossa história fosse só de belos contos e impactantes relatos de sucesso. Mas, como falar de sucesso sem luta, sem suor, sem lágrimas, sem oração, sem jejum etc.? As histórias mais preciosas da vida dos heróis de Deus são eivadas de dramas e desafios.
Na página 15, lemos:
“Quando as pessoas são derrubadas pelas vicissitudes, o que conta é a rapidez com que se levantam. Existe uma relação positiva entre maturidade espiritual e a rapidez com que o indivíduo reage aos fracassos e erros. As pessoas espiritualmente maduras têm maior capacidade de se levantar e prosseguir que as imaturas. Quanto mais imaturo o ser humano, mais tempo demora a se recuperar do golpe ou nocaute. Deus, todavia, não nos vê como um fracasso. Ele nos vê como aprendizes”.
Nosso grau de maturidade pesará - e muito – em nossas decisões e reflexões da vida.
Elias era um homem cuja intimidade com Deus transcendia à realidade de seus contemporâneos. Ainda assim, o esgotamento espiritual o surpreendeu logo após uma grande conquista.
É preciso estarmos sempre atentos, não só com os aspectos exteriores de nossa jornada; sobretudo, temos que olhar introspectivamente para não sermos traídos pelas emoções e sentimentos próprios.
Embora descuidemos, inúmeros vezes de nosso homem interior, o que nos consola a sabermos que Deus nos criou e “lembra-se que somos pó”. “Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó” Sl 103:14.
Na página 16 do livro “Só merece o Doce quem provou o Amargo”, lemos:
- “Infelizmente, temos visto muitos cristãos que já se acostumaram a viver irritados, ressentidos e amargurados por determinadas coisas terem terminado em fracasso. Fatos que não serão alterados nem sequer um milímetro por toda a eternidade. Ressentir-se por problemas irremediáveis é suicídio emocional. É bater a cabeça contra a parede e piorar ainda mais o drama pessoal.
(...) Diante disso, só nos cabem duas atitudes: ou confiamos que Deus transformará o mal em bem, ou nos amarguramos por toda vida.
É bom que se diga também que o sofrimento, a solidão e a provação não purificam por si mesmos. Dependem da atitude que se adore frente a eles. Nas palavras do psiquiatra Dr. Viktor Frankl: “Quando não se pode modificar o destino, é preciso assumir uma atitude positiva diante dele. O que realmente importa é a atitude que o homem adota ante um destino irremissível.”
QUARTO, nunca se esqueça que Aquele que nos fez, conhece nossos limites. “Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais. E deitou-se, e dormiu debaixo do zimbro; e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come.” 1 Rs 19:5,4. Diante das palavras estressadas de Elias, era preciso que ele tirasse um boa noite de sono. O sono faria bem ao corpo e à mente do profeta.
“Um cristão que passe por um esgotamento espiritual deverá apresentar alguns sintomas bastantes característicos: Um cansaço e um desânimo intenso, especialmente ao que se refere a Deus e a Igreja. Consequentemente, a falta de comunhão e o desejo de isolamento acompanharão a crise daqueles que como Elias sentem o desejo de fugir para uma caverna e não encontrar ninguém pela frente.
Estas pessoas também percebem em suas vidas uma interrupção em seu progresso espiritual, sentem-se estagnadas, não conseguem mais aprender ou seguir em frente. Sua fé está enfraquecida, algo que é difícil de admitir, mas estão com grande dificuldade em crer nas promessas da Bíblia e na ação de Deus em suas vidas.
Não poucas vezes também sofrem de uma espécie de síndrome de perseguição, sentindo que todos à sua volta estão contra elas e que ninguém as ama, o que inclui a Deus, infelizmente. E como um escudo de autodefesa, podem ainda desenvolver um espírito crítico aguçado, e passar a disparar sua metralhadora rancorosa em direção a todos à sua volta.
Crises como esta podem ser bastante intensas e atingir uma pessoa de forma repentina; como talvez tenha sido o caso de Elias. Mas podem também ocorrer de forma gradual e lenta, sem que a pessoa perceba que está caminhando para um fosso espiritual.” www.vozebriza.blogspot.com
Elias enfrentara uma guerra espiritual terrível no monte Carmelo.
“O Carmelo, que significa jardim, é uma cadeia de colinas que termina por um promontório perto de Haifa em Israel, lugar de culto desde a antiguidade, citado pelo profeta Isaías (o esplendor do Carmelo) entre os dons de Deus a seu povo.
Cinco Séculos depois de Moisés, Elias, homem de Deus, morou aí em solidão, vestido com uma larga cintura de pele e de uma peliça, como posteriormente João Batista no tempo de Jesus.
(...) O culto fenício de Baal é (fora) introduzido como alternativa ao pacto de Moisés com Aquele que é. Elias e os seus discípulos defendem o monoteísmo. O profeta repreende duramente o rei que traiu a Aliança, e vive depois escondido perto da torrente de Kerit só em comunhão com Deus; finalmente desafia os profetas de Baal no monte Carmelo, diante do povo: «Até quando sereis vós coxos de ambos os pés? Se o Senhor é Deus, Segui-O. Se, pelo contrário, é Baal, segui-o!» O poder de Deus manifesta-se, e Elias pensa ter vencido definitivamente; mas teve de fugir ameaçado de morte pelos fiéis do Deus pagão. Ele esconde-se no deserto e aí deseja morrer: «Agora basta, Senhor! Toma a minha vida porque eu não sou melhor que meus pais».
É a prova da sua fé; não é fácil possuir a Deus e ser defendido por Ele; quando os meios humanos desaparecem fica somente a fidelidade nua.”
As palavras de Elias – “(...) não sou melhor do que meus pais” – revelam toda a sua amargura. O que ele queria dizer com isso? ‘Deus eu sou um fracasso, tanto quanto meus pais’. Não valho mesmo um centavo!
Elias ficou abalado ao sofrer resistência dos que seguiam a Baal e de Jezabel. Sentiu que sua integridade física corria risco; melhor que morrer nas mãos de idólatras, seria morrer no monte, na presença de Deus.
“Mas Elias aprendeu a suportar a derrota aparente da religião do seu Deus esperando sem impaciência o triunfo, que ele não verá durante a sua vida sobre a terra; a subir à montanha sem tomar posse dela, como Moisés viu mas não habitou a terra prometida. Os pensamentos de Deus estão para além dos seus pensamentos; permanecem incompreensíveis, eles inflamam o seu amor ardente.”

QUINTO, nunca se esqueça que Deus sabe como nos tratar. Nos alegra saber como Deus tratou do esgotamento espiritual de Elias e de seu pecado de autocomiseração. Após uma noite bem dormida, ao acordar Elias tinha um saboroso “breakfast” à sua espera. “E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se. E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque te será muito longo o caminho. Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus” 1 Rs 19:6-8.
Deus jamais permitirá que suportemos além daquilo que somos capazes. Conhecedor de nossos limites, Ele providencia os recursos para que sigamos viagem. “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” 1 Co 10:13.
Impressiona-me o fato daquela comida ter sustentado Elias por 40 longos dias! Ele caminhou até chegar a Horebe, o monte de Deus. “Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” Is 40:29-31. Certamente, Deus serviu uma comida rica em vitaminas de fé e poder, e sais minerais de obediência e coragem.
Não podemos esquecer que “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos” (Tiago 5:17).
De onde vinha, então, o seu poder? A resposta é clara: ele dependia do Senhor. Ele confiou, não em si mesmo, mas na força do Senhor, e Deus pôde operar através do Seu servo. Deus é quem o fortalecia (1 Reis 18:46), e também foi Deus quem cuidou dele durante o seu ministério. Em três ocasiões diferentes, o Senhor providenciou alimento de forma milagrosa para Elias, alimento indispensável para que ele pudesse continuar testemunhando do Senhor: junto ao ribeiro de Querite (1 Reis 17:5,6), na casa da viúva de Sarepta (17:9) e no deserto (19:4-7).
Na terceira vez quando Deus proveu comida para Elias, ele estava assentado sob um zimbro. Esta planta, que é mencionada só mais duas vezes na Bíblia, sempre nos fala de coisas ruins. Em Jó 30:4, lemos de “filhos de doidos, e filhos de gente sem nome” (v. 8), que se alimentavam de raízes de zimbro; e em Salmo 120:4, vemos as brasas vivas de zimbro relacionadas com a língua enganadora (v. 3). Este fato reforça a triste situação de Elias, fugindo, no deserto, debaixo de um zimbro, pedindo a morte para Deus.

"O REI ESTA VOLTANDO.

“Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.” 1 Rs 18:18.

Elias estava totalmente absorto com o que vivenciara. Seu estado de perplexidade abalou sua estrutura, ao ver-se a si mesmo como um fugitivo, tão logo vencera principados e potestades malignos.
O esgotamento espiritual pode, em certas circunstâncias, levar-nos a desconfiar da fidelidade de Deus. Circunstâncias, todavia, não podem determinar nosso futuro e nem influenciar nossas decisões. Muitos menos eliminar nossa fé e confiança no Único Deus vivo e verdadeiro! “Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro” 1 Ts 1:9.
No fragor da batalhar é preciso equilíbrio; é preciso esfriar a cabeça, sentir o chão sob os pés e pedir a Deus sabedoria antes de dar um passo incerto e inseguro.
Não devemos permanecer nos voos da alma, em êxtase e achar que Deus nos entregou à própria sorte. Temos razões sobejas para assegurar que Ele jamais nos abandona, posto que, mesmo sendo infiéis, Ele permanece fiel. “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” 2 Tm 2:13.
Elias cansou! Elias “jogou a toalha”! Elias desistiu da vida! Elias cansou de si mesmo! Elias cansou de sua missão! Elias cansou de Deus!
Deus, que não leva em conta nossas limitações humanas, interveio e “desceu” para socorrer Seu servo, o “profeta de fogo”. "Que fazes aqui Elias?" Perguntou Deus ao profeta.
A fidelidade de Deus não pode ser olvidada pelas borrascas e intempéries da vida.
A Fidelidade é um dos atributos do caráter de Deus. Tudo quanto ELE prometeu, Ele é fiel para cumprir. “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?” Nm 23:19.
O menor capítulo da Bíblia, como apenas dois versículos, reservou para nós dois atributos morais do caráter de Deus: amor e fidelidade. “Louvai ao SENHOR, pois grande é o Seu amor para conosco, e a Fidelidade do SENHOR dura para sempre. Louvai ao SENHOR” Sl 117:1,2. (grifo meu).
É impressionante a grandiosidade do amor de Deus, a ponto de entregar Seu Filho Unigênito para morrer por nossos pecados! Nós éramos dignos da condenação do inferno, mas Sua fidelidade para com a obra de Suas mãos, nós, feitos Sua imagem e semelhança, manifestou-se na Cruz do Calvário para oferecer a todos os que Nele creem a oportunidade de vida eterna! Aleluia!!!

SEXTO, nunca se esqueça da fidelidade de Deus. Diante de um pedido impensado, Deus revelou sua fidelidade ao profeta de fogo. Paulo escreve “se formos infiéis, Ele permanece fiel” (2 Tm 2:13). Deus veio ajudar Seu servo nesta hora de fraqueza. Desta vez, porém, Ele não mandou corvos, nem uma viúva, mas um anjo do Senhor; e não somente uma vez, mas duas (o nº 2, na Bíblia, nos fala de comunhão). Deus despertou a Elias do seu sono, querendo ter comunhão com ele.
A comunhão com Deus é a fonte de onde resulta a cura para a alma e o sucesso de nossa trajetória.
Quando nos furtamos de momentos preciosos aos pés do Senhor, somos tomados de assalto por sentimentos negativos que nos empurram para o abismo do insucesso.
Não espere ser surpreendido pelo esgotamento espiritual para buscar a face do Senhor. Corra para Deus e desfrute de Sua doce comunhão! O salmista escreve: “Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios” Sl 84:10.

Sétimo, nunca se esqueça que o Deus dos vales é, também, o Deus dos montes. “(...)O Senhor é Deus dos montes, e não Deus dos vales...” 1 Rs 20:28.
Elias acordou, comeu, e se fortaleceu, mas ainda teve que andar quarenta dias e quarenta noites até chegar a Horebe, o monte de Deus (v. 8).
Durante sua caminha, o Deus dos vales esteve todo o tempo com o seu servo.
Na tipologia bíblica, o número 40 representa provação.
“O número 40 aparece como um número arredondado na Escritura, que denota uma geração. Alguns dos juízes julgaram durante 40 anos (Otniel, Débora, Baraque, e Gideão). Saul, Davi, e Salomão reinaram, cada um, como rei durante 40 anos.
As Escrituras falam frequentemente do número 40:
As chuvas do Dilúvio duraram 40 dias e 40 noites
Moisés esteve 40 anos no Egito, 40 anos em Midiã, e no Monte 40 dias.
Israel vagou no deserto 40 anos.
Os espiões estiveram em Canaã por 40 dias.
Elias jejuou 40 dias.
Foram dados 40 dias a Nínive.
Jesus jejuou 40 dias
Jesus esteve com os seus discípulos durante 40 dias após a sua ressurreição (Atos 1:3)”
O número 40 também retrata, na experiência do profeta de fogo, o caminho longo e difícil na vida de um servo ao se distanciar de Deus; as agruras se multiplicam, a mente vaga no tempo e no espaço, o coração bate forte e só resta uma coisa: voltar a Horebe, o monte de Deus!
Elias foi apenas “caminho de um dia” ao deserto (1 Rs 19:4), mas teve que caminhar “quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus” (v. 8).
É bom que entendamos que a meia-volta de Elias foi mais difícil que sua fuga. Deus mandou que ele comesse e voltasse, não para o Carmelo, mas para o Horebe. Se no Carmelo, cujo nome significa JARDIM, Elias enfrentou os falsos profetas, no Horebe, que significa lugar de SEQUIDÃO, ele só tinha uma opção: DEUS e mais ninguém!
Deus tratou de “secar” tudo o que impedia Elias de cumprir sua missão. Em Horebe somos reciclados. Deus “seca” todo dissabor, toda tristeza, toda incerteza, toda dúvida, todo medo e pavor. Horebe é o lugar onde Deus nos faz sentir totalmente dependentes Dele.
No lugar de “sequidão” aprendemos as lições mais perenes e importantes de nossa vida. E isso é mais significativo quando, logo após experimentarmos momentos de grandes vitórias, somos levados para o “monte da sequidão”. Certamente que Deus permite que vivamos no limite de nossa capacidade para não acharmos que já sabemos tudo e não dependemos mais Dele para nada. “E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui Elias? E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem” 1 Rs 18:9,10.
Elias concluiu, erradamente, que Ele era o único sobrevivente dentre os profetas. “Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou” 1 Ts 18:18. Essa foi a única resposta de Deus aos reclamos da alma de Elias.
“O Monte Sinai (também conhecido como Monte Horebe ou Jebel Musa, que significa “Monte de Moisés” em árabe) está situado no sul da península do Sinai, no Egito. Esta região é considerada sagrada por três religiões: cristianismo, judaísmo e islão. É um pico de granito com uma altitude de 2.285 metros onde, segundo a Bíblia e a tradição judaica, Moisés recebeu as Tábuas da Lei. Ao longo dos séculos foram sendo construídos sobre o monte e à sua volta vários locais de culto e acumulados tesouros da cultura religiosa. No pico do monte encontra-se a pequena Capela da Santíssima Trindade, construída em 1934 sobre as ruínas de uma igreja do século XVI, onde se pensa que existiria a sarça ardente – no entanto, o Mosteiro de Santa Catarina, no sopé do monte, clama a mesma localização. Entre a base e o pico, existe uma escadaria escavada na rocha com cerca de 4000 degraus (leva 3 horas a subir), chamada “Sikket Saydna Musa”, que significa, em árabe, “O Caminho de Moisés”. 750 degraus abaixo do pico, existe uma plataforma onde Aarão e os 70 sábios esperaram, enquanto Moisés recebia as Tábuas da Lei (Êxodo 24:14) e uma caverna, chamada “Retiro de Elias”, onde se acredita que aquele profeta passou 40 dias e noites em comunhão com Deus. A noroeste deste ponto, encontra-se o monte Safsaafa, onde viveram eremitas bizantinos, como São Gregório e, logo abaixo deste pico, encontra-se a planície de ar-Raaha, onde os israelitas acamparam enquanto Moisés subia à montanha e onde, depois ergueu o primeiro tabernáculo. Esta ligação do Monte Sinai com a Bíblia atraiu muitos peregrinos ao longo dos séculos e uma das mais famosas foi a Imperatriz Helena de Bizâncio, no século IV que fez ali construir uma igreja, a Capela da Sarça Ardente, no local onde ainda se encontra vivo um arbusto de Rubus sanctus, que os monges acreditam ser a sarça ardente original. Imediatamente se estabeleceu ali uma comunidade monástica e, para proteger a igreja e os monges dos ataques de beduínos, o imperador Justiniano I mandou construir uma muralha à volta da igreja, no ano 542 e os edifícios que são hoje o Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina. aterrasanta.com.br.
“Quando você estiver em lugares espinhosos, vivendo na sequidão, cercado por problemas que você não tem forças para resolver, então lembre-se de Deus. Ele é a solução para a sua vida! Horebe é o lugar onde Deus fala! Deus fala nos lugares espinhosos.
Moisés, quando desceu do Monte Sinai (Ex 34:29), seu o rosto brilhava, sabe por quê? Porque Jeová havia falado com ele. Para Deus o que importa é que você esteja disposto a ouvi-lo, mesmo estando em situações críticas. Quando todos olharem para você e acharem que está tudo acabado, Deus colocará um brilho em seu rosto.” bibliaapalavradedeus.blogspot.com

OITAVO, nunca se esqueça Daquele que o fortalece. O caminho de volta foi longo para Elias, mas ele não percorreu este caminho nas suas próprias forças. A Bíblia diz: “Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou… até Horebe, o monte de Deus”! O caminho de volta a Horebe foi percorrido com a força daquela comida que o Senhor provera para Elias.
Mas havia um propósito de Deus ao renovar as forças de Elias. O profeta voltaria a Horebe para ser reciclado e disciplinado. Há um velho adágio popular que diz: “Quem dá o pão, dá também a correção”. Deus deu a provisão para que lá em Horebe Elias recebesse a correção.
A forma de disciplina estabelecida por Deus a Elias é mesmo curiosa. Deus ouviu, pacientemente, e, em seguida, redirecionou-o para uma nova missão.
Nunca espere que Deus dará explicações detalhadas e nem respostas que satisfaçam o ego. Entretanto, Ele, Deus, sempre fará o que for melhor para nossa vida. “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera” Is 64:4."O REI ESTA VOLTANDO.